baguinho de arroz

Este blog é dedicado a um baguinho de arroz que cresce na minha barriga e encanta uns papás de 1ª viagem... >24/02/2006 O baguinho de arroz já cresce fora da barriga da mãe, mas continuamos a ser uns papás estreantes e encantados.<

quinta-feira, março 16, 2006

A amamentação – Parte III

Os intervalos que a Lara fazia sem comer começaram a ficar sérios. Não conseguíamos acorda-la de jeito nenhum. Até que resolvemos ligar para a linha "saúde 24". Encaminharam-nos para o hospital, e lá ouvimos algo que não ajudou em nada. "Ela está óptima. Ela tem fome, tem de a acordar. Não se está a esforçar para a acordar. Ela não pode estar tanto tempo sem comer". Ora isso sabia eu!!!! Queria ajuda, e não a obtive ali. Voltamos para casa para mais uma hora de tentativas para pegar no peito. Nessa noite, com a ida ao hospital, passaram seis horas até que finalmente pegou no peito.
Voltei do hospital com uma sensação de incompetência. Achei que realmente não devia ter jeito para ser mãe. Que raio de mulher seria eu!!
Entretanto o peito direito ficou inchado e vermelho. O mamilo desapareceu, ficou invertido e tornou-se impossível amamentar deste peito. Tentei tirar leite com a bomba, mas não resultou. Tentei massajar e colocar panos quentes e assim ia tirando o leite para aliviar a pressão, e continuei a dar de mamar apenas do peito esquerdo. Mas tinha de resolver este problema. Então resolvemos experimentar os bicos de silicone. Realmente ela pegou à primeira. Na caixa dizia "sem dor", mas comigo não foi bem assim. As dores eram muito difíceis de suportar, e a força que fez, obrigando o meu mamilo a sair e a adaptar-se ao bico de silicone, criou uma ferida que começou a sangrar e tive de desistir. Continuei dar de mamar do peito esquerdo e o direito ficou em "recuperação".
As dores que sentia eram tantas e tão difíceis de suportar, mas era difícil fazer entender a quem me ouvia falar. O cansaço, todas as hormonas que ainda andam aqui a fazer das suas, faziam com que sentisse um misto de emoções que não conseguia descrever. Queria desistir, não aguentava mais. Sentia-me a pior mãe do mundo por querer desistir da amamentação.
Para juntar às coisas todas que iam acontecendo, fiquei com febre e a produção de leite reduziu substancialmente. A Lara chorava, o que eu pensei ser fome e eu sem saber o que fazer.