baguinho de arroz

Este blog é dedicado a um baguinho de arroz que cresce na minha barriga e encanta uns papás de 1ª viagem... >24/02/2006 O baguinho de arroz já cresce fora da barriga da mãe, mas continuamos a ser uns papás estreantes e encantados.<

sexta-feira, março 17, 2006

O parto e suas envolventes -Parte II

Quando fiz a visita ao hospital, fiquei realmente preocupada com as condições que vi. Mas para minha sorte eu era a única em trabalho de parto aquela hora, o que fez com que o começo da nossa historinha até corresse bem. Fui observada por uma enfermeira, muito simpática e que me fez mil perguntas. Ora eu estava lá com cabeça para saber com que idade iniciei a minha vida sexual e com que idade tive pela primeira vez o período?!! Mas ela estava só a cumprir ordens. Lá fui respondendo, o melhor que sabia e podia. No primeiro toque que me fizeram parecia que a Lara estava em posição óptima para nascer. Mas quando leram no meu boletim que na última ecografia, ela estava pélvica, voltaram a observar com mais cuidado. Já na sala de dilatação, num segundo toque, conclui-se que a Lara estava realmente encaixada, mas de rabito. E confirmaram "é uma menina". Ao que eu respondi: "Ainda bem. Não ia ficar bem a primeira roupinha cor-de-rosa se for um rapaz".A sala de dilatação que tem 4 camas, por norma não é possível ter nenhum acompanhante junto das futuras mães. Mas como era a única, tive o privilégio de ter o meu H. junto de mim, o que foi importantíssimo para mim. Para que se perceba a importância desta pessoa fantástica que é o meu H., convêm dizer ao mundo, que desta pessoa depende a minha estabilidade emocional. A ligação que temos é muito mais que física, é algo inexplicável. Funcionamos muito bem em conjunto, quase como se fossemos um puzzle de duas peças que se encaixam na perfeição, que não têm significado separadas, mas quando se juntam, a imagem que aparece, faz todo o sentido.Sempre tive noção que talvez não fosse possível ele estar sempre comigo, dadas as condições do hospital. Mas, agradeci a Deus por me proporcionar aqueles momentos tão importantes, por mais breves que pudessem ser.Ligaram-me ao CTG e lá estava o coraçãozito da Lara a bater. Que som maravilhoso!! E de repente começaram a fazer-se sentir as contracções. Lembro-me de ter dito: "olha que giro, são contracções!!". Eram ainda pouco dolorosas e irregulares. E lá estavam elas a aparecer no gráfico. Ficamos ali à espera, e foi-nos comunicado por uma enfermeira que ia ter de ser de cesariana. O estranho é que estas decisões são tomadas longe de nós, por um alguém misterioso, que não dá a cara nem explicações. Custa muito virem falar connosco??!! Não quero ser mimada pelos médicos, mas bolas, não custava nada uma palavra, uma explicação. Se calhar é mais fácil mandar recados pela enfermeira.Entretanto as contracções começaram a ser dolorosas. Lembro-me de dizer que doía, mas hoje por mais que me esforce não consigo lembrar-me da dor. Curiosa a nossa mente.

1 Comments:

Blogger Repolha said...

Queria tanto saber como falar contigo. Espero ter sensibilidade suficiente para te ajudar e não para te desajudar.
Sobre a amamentação: Por essas e por outras é que a dada altura escrevi sbr a amamentação. De repente ficou na moda dar de mamar a todo e qualquer custo. Lê-se por toda a parte o romantismo que existe no acto. São criadas expectativas a pré-mamãs e isso só dificulta o processo. Não penses que és pior mãe por isso. Nem por sombras. Pior mãe serias se insistisses numa coisa que vos deixava a ambas mal. Pelo que li, durante os dez dias a tua filhota foi extremamente bem alimentada - caso contrário não dormiria que nem uma pedra nem engordaria. Pena que a mama tenha infectado... Mas acontece a muita gente (eu sei que com o mal dos outros podes tu bem...) e tomaste, a meu ver, a decisão mais correcta: olhares pelo teu bem-estar e pelo da tua filha. Acredito piamente que os nossos filhos só estão bem qd nós estamos também. Uma amiga uma vez disse-me: doeu-me mais dar mama do que parir (tb só deu alguns dias). E olha que é aos meus olhos uma grande mãe. As sensibilidades dos corpos nunca são iguais.
Sbr o parto: Concordo que deveria haver um maior acompanhamento psicológico... Mas qd entramos para um hospital temos que nos mentalizar do pior, para que consigamos desfrutar do melhor. Foste acompanhada por pessoas pouco carinhosas, mas ainda assim eficientes - muito continuariam a insistir no parto normal para pouparem umas centenas de contos ao Estado, infelizmente...
Sbre a tua angústia: É chato eu dizer que sei o que sentes, mas de facto sei, como sabem todas as mães. Não vou relativizar a tua angústia nem lhe tirar importância... Ela existe e deixa-te triste e isso é suficiente para ser respeitado. Mas não valorizes a tua angústia. Tenta atribuir-lhe o devido valor: são as hormonas, são os sentimentos novos, é tudo que se altera. Tenta acreditar que tudo vai correr bem. As hormonas acabarão por acalmar (mas a choradeira perdurará para o resto da vida...) e os sentimentos tornar-se-ão normais como se sempre os tivesses sentido... E aí conseguirás desfrutar de todo o prazer da maternidade - que não tem nada a ver com mamas ou partos com dor; tem simplesmente a ver com amor. O maior amor de todos.
Um beijinho muito grande e cuida bem desse H. que me parece precioso.
PS: Que lindo baguinho de arroz saiu a tua Lara ;)

2:49 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home