baguinho de arroz

Este blog é dedicado a um baguinho de arroz que cresce na minha barriga e encanta uns papás de 1ª viagem... >24/02/2006 O baguinho de arroz já cresce fora da barriga da mãe, mas continuamos a ser uns papás estreantes e encantados.<

sexta-feira, março 17, 2006

O parto e suas envolventes -Parte III

Com a entrada do novo "staf" para o turno da noite, mudam as enfermeiras e muda a simpatia. De repente o pai tem de sair…."Vá dê-lhe um beijinho que só a vai ver amanhã". Amanhã!!! Esta palavra teve efeitos terríveis na minha cabeça. Vou ficar longe, sozinha, sem ele…Já devia estar preparada, mas não estava. Fiquei sozinha. Fui levada para a sala de operações. Mais mil perguntas sobre a minha saúde, ao que tentei responder o mais correctamente possível. Dado que já tinha sido operada à coluna, estava-se em dúvida sobre que tipo de anestesia iria levar. Uma vez mais, foi decidido "Vá! Levante-se para darmos a anestesia!!". Afinal ia ser uma espécie de epidural. Era algo que chamavam de "raqui"(não sei se é assim que se escreve). Todas as decisões são tomadas como se fossemos uns palhaços ignorantes que estamos ali só para incomodar a boa noite de sono que poderiam ter. É claro que estava perdida, cheia de perguntas. Então?! Como é que ia ser, o que estão a fazer?! Somos ligadas a mil instrumentos, colocam-nos um pano à frente e começam a trabalhar em nós tipo automóvel. Quem estava por detrás do pano pareciam ser duas pessoas, médicos deduzo eu, que conversavam entre si. A única pessoa que teve alguma atenção para comigo foi o enfermeiro que estava a dar apoio à equipa, o Pedro. Foi-me relatando o que via, e ia dizendo que estava tudo bem, para me descansar.Senti a Lara a ser colocada entre as minhas pernas. Percebi que já tinha nascido. Mas ninguém me dizia nada. Só o Pedro confirmou que sim, já a estava a ver. Era 00h01m do dia 24 de Fevereiro de 2006.Tentei não ser muito chata, para que não sofresse consequências, mas tive de perguntar "Então? Está tudo bem? Não a estou a ouvir!" O Pedro confirmou que parecia bem. E levaram-na para uma sala adjacente e lá se ouviu o choro que tanto queria ouvir. A ansiedade para a ver era imensa!! Queria saber se ela estava bem!! Que pena o H. não estar aqui!!Finalmente lá trouxeram um pedacinho de gente, pequinita, embrulhada numa toalha. Que linda!! Queria tocar-lhe, mas tinha os braços amarrados e cheios de coisas. Uma vez mais o Pedro encostou a carinha dela à minha. Que linda!! É claro que chorei imenso. A felicidade era grande demais para ficar no meu peito e chorei de alegria. Desejei que fossem logo mostrar a nossa filha ao H. Mas ele só a viu 25 minutos depois e de relançe.Da sala de operações fui levada para o chamado recobro, onde estive até as 10 da manhã. A enfermeira bem aconselhou, "aproveite para descansar". Mas é claro que não preguei olho. Acho que é obvio que queria estar com a minha filha e com o pai dela. E ali estava eu, inacessível, longe. As 10 da manhã finalmente fui para a enfermaria. E a pedido do H. lá me trouxeram a Lara. Já vestida e lavadinha. Foi o H. que a vestiu. Finalmente estávamos juntos. Eu, a Lara e o H.

1 Comments:

Blogger Horas Vagas said...

Bolas... é bem aprecido com o meu!
Também levei uma raqui e digo: fomos umas privilegiadas. É uma epidural mais forte administrada no líquido raquidiano. Não há perigo da epidural "não pegar" ou de te apanhar só uma perna... Enfim...
Onde tiveste a Lara, Sandra?

7:28 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home