baguinho de arroz

Este blog é dedicado a um baguinho de arroz que cresce na minha barriga e encanta uns papás de 1ª viagem... >24/02/2006 O baguinho de arroz já cresce fora da barriga da mãe, mas continuamos a ser uns papás estreantes e encantados.<

sexta-feira, março 17, 2006

O parto e suas envolventes -Parte IV e ultima

Estava de rastos. Toda a noite sem dormir. Mas durante o dia também não consegui dormir, não tirava os olhos da minha menina. Acho que tinha medo que a levassem para o berçário de novo. A longa separação de nós três afectou-me bastante. Mais do que alguma vez poderia imaginar. A ansiedade tomou conta de mim, como nunca tinha acontecido.Não podia levantar-me por causa dos efeitos da anestesia. Então a primeira fralda foi o H. que mudou, como ele contou no post dele.No hospital, pode estar um acompanhante desde as 13h até às 20h. Claro que foi importante o H. estar comigo. Mas as noites e as manhãs iam ser sozinha.As 23h finalmente tive autorização para me levantar. Uff!! Já podia cuidar dela e ir à casa de banho(é importante).A primeira noite que passei com a Lara foi uma experiência interessante. Não preguei olho novamente. Eu que tinha o sono muito pesado, e adoro dormir. Mas essa noite, qualquer sonzito que fazia, eu ia ver o que se passava. Que ridícula!!É claro que não dormir, as hormonas em "ebulição" e estar longe do meu H., começou a fazer com que cada vez mais estivesse numa trajectória descendente em direcção à depressão.É claro que a forma como somos tratadas ali também não ajuda nada. Uma vez mais debita-se ordens que se têm de cumprir, e dá-se pouco ou nenhum apoio emocional a nós mães. Será que é suposto já nascermos ensinadas? Não temos o direito de ter duvidas? Acham que é benéfico impor um "regime militar" numa maternidade? Ficam as questões.Com a minha cabeça feita num oito, quando deram banho à Lara ao pé de mim, ela chorava e eu também. No pediatra idem. Na BCG idem. Ou seja, tornei-me uma chorona. Tudo me afectava. Se alguém fazia a minha filha chorar, eu queria ir salva-la. Nunca pensei que ficasse assim, tão sensível, tão vulnerável. Ansiava por voltar para casa, queria sair daquele sitio feio hospitalar, que devia ser o local mais feliz do mundo e só tinha pessoas feias à volta das mamãs e dos bebés.O desejo de sair dali ecoava na minha cabeça, e ao quarto dia finalmente viemos para casa. Estava de rastos. Uma vez mais valeu-me o meu H. que me ajudava em tudo para que pudesse descansar o mais possível.